quarta-feira, 2 de julho de 2008

Descontente

O dia começa mal. Mal e tarde. Desconfortável. Com a vida, com o peso, com a cara, com o corpo – mais alto. Mais magro. Por que é tão complicado? É a primeira coisa que faz quando levanta: se olha no espelho e se insatisfaz. Desconfortável sensação. Olhar pro resto da casa ao abrir a porta do quarto e pensar em deixar tudo no seu devido lugar também o é. Alguém que chega tarde se desagrada da disposição de tudo e vê grande desordem em todo lugar. Desanima.
O programa da tv lhe trouxe medo: as dificuldades de viver na cidade grande. E justamente pra lá que precisa ir. É o que seu campo de trabalho pede. É a profissão que escolheu. Mas que campo? Que trabalho? Nem sabe ainda. E dá m medo...
E é tanta coisa... e como sempre tudo vem mais rápido que as ações, dedos e máquinas. E vem tudo assim em frases soltas; em assuntos que se emendam e angústias que só crescem.
A menina lá, a da tv, saiu de casa pra tentar levar a vida com as próprias pernas e tava lá a mãe ligando, chorando saudades. Isso não vai ter. Não é querer ser mártir, ésó que é fato: não tem esse vínculo familiar e já é tarde pra resgatar o que nunca foi. Não saberia.
E é profissão. E é coração. E é corpo. E é medo. E é solidão.
Tanta coisa que a tempos, sabe, precisa de um desconhecido pra falar.
Desses que são pagos pra te ouvir enquanto você destrincha suas mazelas emocionais.
Constatação 1: é de uma falta de estrutura completa: emocional, familiar e financeira.
Constatação 2: tudo dói em dobro porque só aprendeu a se abrir com estranhos e a chorar pra dentro.

1 comentários:

Felipe Moratori disse...

Ai ai, broto...

Vamos dar um up nessa vida neh? O espelho não reflete ninguém, é a gente que reflete o espelho.

Passei pra dizer que estou oficialmente andando por aí de blog novo.

Love U.

=**