quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Dos passos não contados

Ainda pela manhã, a 180 km de distância, sentia o cheiro dela. Aquele cheiro bom que a tira do sério...
Respira fundo. Sente de novo, cheiros e sensações. Fecha os olhos. Sorri. Sente.
De quando a terá de volta aos braços, não sabe. E pelo tempo que já se fazem um único ser, já não guarda as lembranças que doem... só as que queimam.
Vê lá...
“Não temos mais tempo!...”
Fica então a vontade do que não foi, que tira o fôlego na memória e deixa nuances nos sorrisos das imagens captadas nas viagem que – para os cegos seletivos – também nunca foi.
O coração trepida.
Lembra que, no translado para a realidade, o corpo ainda tremia.
A menina se atém a pequenos detalhes que fazem a vida melhor e que a comovem. “Droga... não te beijei na escada... eu sempre te beijo na escada!..”
As vezes se culpa por não ter boa memória.
“Eu não quero ir”, disse querendo chorar.
“Dorme com os anjos...” ouve sempre da fibra óptica.
Disse assim para o gato: “Eu volto!”. Apertou-o contra o peito.
Disse assim para ela: “Mulher da minha vida!...”
Aproveite o processo... já diria o mestre de Yoga.
Conclui na subida da serra eneblinada que não é pra entristecer: é pra dizer “Eu te amo” sempre que possível.

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